A incoerência na gestão pública

Por Fernando Tomé de Oliveira

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O Prefeito de Guarulhos propõe projeto de lei 2745/2020 para extinguir a empresa mista (sendo que grande parte pertence a Prefeitura) que presta serviços de total relevância para a cidade, tanto na zeladoria, isto inclui ruas, escolas, praças, espaços públicos no geral, quanto na geração de renda para o município. Guti propôs a extinção da Proguaru até o final de 2021, colocando como prioridade a redução de custos aos cofres públicos e afirma que a responsável por serviços de pavimentação e urbanização dá prejuízos para a cidade. Nesse sentido, ao invés de construir um plano de ação que reduza os custos e torna a autarquia mais eficiente —por exemplo, reduzir chefia comissionada com altos salários —, o prefeito propõe o fim da empresa e pouco se importa com as famílias dos mais de 4700 servidores. Acredito que o prefeito não leve a sério a pavimentação da cidade e os serviços de limpeza e portaria, acredito que o prefeito também não se importa com o bem-estar dessas famílias que serão gravemente afetadas em meio a uma pandemia ou com a luta árdua dos trabalhadores. Em contra partida, já neste ano, o prefeito sente-se à vontade para criar novos cargos comissionados com salários com até 10 mil reais, sendo eles: 23 cargos de chefe de gabinete, com salário de R$ 10.350, 78 cargos de assessor especial, com salário R$ 8.900, 400 cargos de assessor de gestão com salário R$ 3650. O que poderá gerar um custo de até 7 milhões ao ano para os cofres públicos. São mais de mil cargos, e eu pergunto, onde estaria o déficit do ano passado?

Fica claro o objetivo dessa gestão e a falta de compromisso com os trabalhadores. Na nossa história, o conceito do “público” foi pensado para diminuir as desigualdades sociais entre a classe dominante e a classe trabalhadora, mas podemos ver na história de Guarulhos como o “público” é usado pelos eleitos da classe dominante para expandir negócios pessoais e ampliar a desigualdade social da cidade.

Seguiremos atentos e na luta contra a precarização e desvalorização do trabalho e do trabalhador. Os serviços públicos de qualidade não podem ser instrumento de barganha de governo, devem ser politicas públicas de estado. Chega desse aparelhamento do serviço público através de comissionados. Essa pouca-vergonha e falta de valor com o dinheiro público para pagar dívidas de campanha e acordos entre executivo e legislativo.

O povo guarulhense carece de atenção e os trabalhares merecem ser respeitados.

Não ao apadrinhamento de folgados com altos salários para fazerem nada! A cidade precisa de calçamento e de asfalto, de obras públicas, e não de assessor de coisas nenhuma.