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Fahrenheit 451: em defesa do livro
Por Priscila Soares
Olá galera!
Nesta edição, gostaria de compartilhar com vocês um assunto pra lá de intrigante, extremamente relevante e sintonizado as tendências políticas e sociais.
Estou falando sobre o livro Fahrenheit 451, publicado em 1953, pelo escritor norte-americano Ray Bradbury.
Você já imaginou viver num lugar onde os livros fossem proibidos?! Ou ainda pior, queimados?!
“Queimar era um prazer. Era um prazer especial ver as coisas devoradas”. (frase do livro).
Temos aqui um romance sobre a realidade distópica, onde a narrativa acompanha a trajetória de Guy Montag, um bombeiro na qual sua função é incendiar livros. Montag faz parte de uma corporação de agentes do Estado que manipulam, fiscalizam pessoas, e destroem os livros.
(eu fiquei agoniada só de imaginar).
Um estado totalitário, onde eles mantinham a conformidade ao público por meio de televisões que ocupavam as quatro paredes, com áudios despejados diretamente na cabeça das pessoas por meio de fones (em formatos de conchas).
Manipulavam as pessoas, e eu posso usar como exemplo a própria mulher de Montag, Mildred, uma mulher frágil, que consome remédios para dormir e que se preocupa apenas com a sua aparência.
Mas acontece, que no decorrer da história Montag conhece Clarisse, uma moça curiosa e que presta atenção em cada detalhe ao seu redor, cultiva um sonho de ser professora, e explica para Montag algumas coisas que acontecia no passado (histórias) que o tio contava, sobre livros e escritores.
E foi a partir daí que o personagem Montag passou a observar, que ele não tinha tempo nem para apreciar uma simples folha, o céu, ou até mesmo a claridade da luz, que não conseguia lembrar do passado pois vivia num mundo limitado em relação ao conhecimento e pessoas superficiais, sentiu o vazio da alma, da sua essência e que tinha virado uma marionete do sistema, chegando assim a questionar o poder que o livro traz.
A leitura faz isso com a gente não é mesmo?! Ela nos tira da zona de conforto e traz um certo incômodo, para que possamos questionar, e principalmente se expressar!!!
Bom galera, não vou adiante com a história, pois teríamos alguns spoillers! Mas, o que será que aconteceu com Montag, será que ele tomou a decisão certa?! Bom, isso você só irá saber quando dar uma oportunidade para esta obra em peso.
Deixo aqui mais uma frase do livro ⤵️
“Se o governo é ineficiente, despótico e ávido por impostos, melhor que ele seja tudo isso do que as pessoas se preocuparem com isso”.
Confesso que incomodou, e me fez refletir que não estamos longe disso, infelizmente a algumas semanas atrás, tivemos a notícia que a reforma tributária propôs criar uma contribuição especial (CBS) com alíquota de 12% sob os livros, tratando como item de Elite. Como já não bastasse alguns livros caros, eles “vomitaram” desculpem o vocabulário, que o pobre não lê, que o livro é um produto para elite.
Informações importantes:
- Acontece que temos uma conquista desde a constituinte de 1946, tendo Jorge Amado como deputado mais atuante na matéria, sendo assim a isenção passou a constar válida! E logo a diante foi expressa em nossa vigente constitucional, de 1988.
-Esse livro foi escrito no momento que o mundo colhia os amargos frutos da guerra mundial e a censura rondava a sociedade, e que para o escritor Brandbury chegar a esse contexto, passou por diversas situações, então não foi fácil.
O que eu quero passar através desta resenha, é que não podemos baixar a cabeça, pois assim como Jorge Amado que lutou pelo direito do livro e Ray Brandbury que enfrentou aquela época tão rígida para trazer uma informação tão importante, temos que continuar tomando atitude e incentivar a leitura, não podemos de modo algum esperar a “guerra” acontecer.
Portanto, deixarei um link do abaixo assinado #denfendaolivro na minha BIO para que possamos juntos lutar pelo direito que nos foi adquirido.
Espero que esta resenha juntamente com a informação, possam de alguma forma chegar a muitos leitores, em prol do pensamento crítico e conhecimento amplo, não podemos desistir!!!
Abraços, até a próxima edição!