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Guerrilla Girls, Ana Mendieta e Rosana Paulino: arte de impacto e reivindicação histórica
Por Vanessa Ferrari e Yanka Xavier
O início do processo de ensino institucional da arte no Brasil se deu com a chegada dos europeus, mas antes desse período o território nacional já era composto principalmente pela arte dos povos originários através da arte rupestre, que é expressa nas rochas. E mesmo que o ensino da arte ao longo da história fosse dividido tal como a própria sociedade, ou seja, quem tinha acesso ou era rico, ou era branco, ou era homem, e normalmente estes três elementos estavam relacionados a mesma figura. Por ironia, até mesmo para as mulheres da classe burguesa, o ingresso a tais instituições de ensino da arte eram restritos ou com rígidos exames de admissão.
Se pararmos para pensar, não faz muito tempo desde que os grupos feministas classistas soviéticos do começo do séc. XX lutou para instituir o dia internacional da mulher proletária, e dar início a uma febre de coletivos feministas em diversos lugares do mundo, principalmente pautadas na divisão do trabalho, e claro, tendo a arte como um dos meios de suas reivindicações tanto em cartazes, escritos, ou poemas.
Hoje queremos que conheça de forma introdutória (e instigante) pelos menos algumas mulheres que compõe a história das artistas na modernidade e que, através de expressões irreverentes e originais, revelam os laços entre a luta e a arte da mulher num contexto de mundo patriarcal.
Guerrila Girls
As Guerrila Girls, nome que surge de uma mistura entre “Gorila e Guerreira”, é um coletivo feminista formado em Nova Iorque na década de 1985, e teve como missão desde o início combater o sexismo (discriminação de gênero) em museus. Hoje suas obras e cartazes são famosos em todo o mundo por conter a mistura entre o cômico e o trágico. Este coletivo incorpora estatísticas sociais a sua arte.
Um de seus cartazes mais famosos foi exposto no MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) em 2017.
Outra obra bastante conhecida reflete com ironia “As Vantagens de ser uma Artista Mulher”, ou em seu título original The Advantages of Being a Female Artist de 1988.
Rosana Paulino
Rosana Paulino é um artista brasileira, também formada em Gravura e Doutora em Artes pela Universidade de São Paulo (USP). Paulino expressa em suas obras a relação de violência entre a sociedade contra mulheres negras, desde a colonização até a modernidade. A artista busca não restringir sua arte, embora tenha um peso relevante, a perspectiva da mulher, mas a amplia essa relação com a história do povo negro e o silêncio violento em meio ao apagão histórico desses registros.
Parede de Memória (1994)
Bastidores (1997) é onde a artista explora ainda mais o conceito de sutura que sugere a violência do silêncio, tecendo linhas grossas entre fotos de parentes.
Ana Mendieta
Ana Mendieta (in memoriam) é uma artista cubana que usava o próprio corpo como obra para refletir questões de gênero e identidade multicultural. Nesse sentido, Mendieta se apropriava de aspectos naturais como fonte materna em sua arte.
Tied-Up Woman (1973)
Sweating Blood (1973)
Body Tracks (1982)
Esperamos que possa se inspirar nessas artistas e conhecer mais sobre suas histórias.
Até a próxima!
Vanessa Ferrari. Vanessa entrou no cursinho em 2014. Atualmente, cursa Psicologia na Fig-Unimesp, sendo voluntária no Cursinho A-Sol com ajuda psicológica aos alunos e funcionários, e é uma das roteiristas da coluna de “Cultura e Arte” da revista.
Yanka Xavier. Pedagoga, graduanda em Geografia e Coordenadora do Cursinho Comunitário A-Sol.