2 minutos para leitura
Arte como ferramenta de luta
Por Vanessa Ferrari
“A arte serve para transformar a realidade dura em algo transcendente.”
- Alex Frechette.
Os muros das ruas se tornaram telas para expressões artísticas que transmitem mensagens das mais diversas, sendo elas de protesto ou declaração, são uma forma de se expressar publicamente.
Nota-se a presença da arte em muitas lutas, como na guerra do Vietnã e no período da ditadora militar brasileira.
De acordo com Ines Ferreira, artista plástica e coordenadora do grupo de pesquisa Urbanidades da UFBA, “a arte contemporânea realiza processos artísticos que focam a relação com o público, a fim de produzir sociabilidade e interatividade, enquanto questiona o sistema social e político vigente”. E esse processo é muito importante para nossa transformação social visando o bem comum.
Se repararmos, as ruas gritam com suas obras nos muros, nas placas, no chão e em todo espaço que algum indivíduo possa se expressar, tanto com sua história quanto com a história da sua humanidade. Ela busca voz vindo, muitas vezes, de grupos que não são ouvidos dentro da sociedade.
Buscando na história, é difícil dizer quando ocorreu o uso da arte como protesto, uma vez que temos muitas variações que podem ser encontradas. Sendo algumas encontrados no início de 1900, como a Guernica (1937), de Picasso.
Podemos dizer que, nos últimos anos, muitos artistas adotam a arte como forma de protesto (ainda mais nesse cenário em que vivemos), e isso se deve à conscientização dos juízes sociais em todo o mundo, algo que vem se tornando cada vez mais comum.
A expressão se tornou mais ampla dentro e fora de casa. As ideias estão mais expostas democraticamente e espera-se que isso amplie o diálogo e a troca de ideias distintas, mesmo que, ainda, não seja totalmente assim nos debates e discussões entre indivíduos do nosso meio. Muitos deixam de ser ouvidos e compreendidos. O lugar de fala não é sempre o mesmo para todos e aqueles que não são ouvidos “desaparecem” da visão do público. Assim, a arte abre seu leque para mostrar o que todos se negam a ver, tendo um papel importante na nossa política, como criadora de ideias, estilos, de grupos e, até mesmo, trazendo incômodo e conscientizando acerca dos problemas de nossa sociedade.