Lugar, fala e pluralidade de ideias

Por Fernando Tomé de Oliveira

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Estamos no mês de Julho e no dia 15 completam 37 anos, desde a Primeira Conferência sobre a Mulher Negra nas Américas. Equador (1984) e também no dia 25 de Julho Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, portanto nesta coluna quero trazer um assunto necessário LUGAR DE FALA, no feminismo negro, escrito pela filósofa que tem sido uma das falas potentes da atualidade do movimento feminista negro no Brasil e no mundo Djamila Ribeiro.

Uma obra necessária em toda biblioteca que aborda bem a temática do lugar de fala e feminismo negro.

O livro faz parte da coleção Feminismosplurais que é coordenado pela própria Djamila com publicação pela editora Jandaia.

Com o objetivo de trazer questões importantes para o grande público de forma didática e acessível a coleção está bem representada em lugar de fala.

De maneira sólida e com a base histórica do movimento feminista negro, nos é apontado a necessidade de pontuar as subjetividades da luta e observar as diferenciadas manifestações dando ênfase ao local de fala.

Traz diferentes aspectos e demonstrar também as diferenças dentro do conceito de lugar de fala.

Dividido em quatro capítulos sendo eles:

Um pouco de história, Mulher negra o outro do outro, o que é lugar de fala e todo mundo tem lugar de fala.

Além da apresentação e das notas e referências.

Os dois primeiros capítulos contextualizam o movimento negro feminista, o processo histórico e o espaço onde o sistema coloca a mulher negra.

O terceiro capítulo aborda o conceito de lugar de fala trazendo a reflexão de várias pensadoras e pensadores que cunham o termo, mostrando as variadas abordagens tanto da concepção de indivíduo e de coletivo, quando da representação de sua fala e expressa a dificuldade de que em alguns momentos esta fala necessita de apoio para que possa reverberar.

O quarto capítulo traz uma abordagem direta sobre o local de fala e que o que se busca não é o silenciamento de ninguém e sim que não aja apropriação da fala no processo de apoiamento onde embora seja possível falar a partir de onde se está sem silenciar quem realmente esta inserida naquele espaço de fala.

Desejo a todes uma ótima leitura.

Sobre a autora: Djamila Ribeiro é mestre em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Foi secretária adjunta de Direitos Humanos de São Paulo, em 2016. Ativista, vem fazendo o debate público sobre feminismo negro com forte atuação nas redes sociais. Em maio e setembro de 2016 palestrou na sede da ONU, em Nova York, e, em abril e maio de 2017, em conferências em Harvard e Oxford. Colunista da revista Marie Claire. Foi apresentadora da temporada 2017 sobre Direitos Humanos do programa Entrevista, no canal Futura. Personalidade do Amanhã pelo Governo Francês.